domingo, 4 de abril de 2010

A militância do Segura Bandeira

Criado: Quinta-feira, 23 de julho de 2009, 19:40:49
Modificado: Quarta-feira, 29 de julho de 2009, 23:44:46

A política do “segura bandeira” vem sendo usada a longas datas, ainda que sejam poucos os que conseguem enxergá-la. É uma pratica que é incentivada e assim mantém o ciclo vicioso e excludente em diversos movimentos sociais, no qual a frase que mais se adéqua é a seguinte: "Tudo pelo povo, mas nem tudo para o povo" Boungarrtner.

Infelizmente o Sistema capitalista tem maior influência no processo de socialização do que se imaginar. Seu poder é tamanho que se torna quase impossível nos livrar da alienação e agirmos de maneira espontânea, escapando assim dessa prisão mental.

Alguns poucos “militantes” têm ocupado cargos em movimentos sociais e tentam exercer a hegemonia dentro do mesmo. O pensamento democrático diminui e o que pondera é a idéia de fazer da entidade, uma empresa da qual possam usufruir de seus benefícios e monopolizá-la.

Pode-se constatar uma política de alienação, na qual o objetivo principal é aglomeração de militantes á entidade para que esses se tornem apenas seguradores de bandeiras e dêem contingência aos eventos da entidade. A idéia é que a base seja sempre fortalecida e renovada, porém tal iniciativa não é aplicada na estrutura da entidade como um todo.

Quadros (militantes) velhos, acumuladores de poder, estigmatizam os militantes que busca mobilidade dentro da entidade e que de fato fazem por onde merecer assumir determinados cargos. Tais quadros (militantes) temem perder os benefícios dos quais desfrutam, por esse motivo em especial, não possuem qualquer interesse de que os jovens militantes desenvolvam sua real capacidade de atuação, desse modo os tornam reprodutores de idéias alheias, que muitas vezes não obtém total conhecimento da causa pela qual militam, conseqüentemente não possuem habilidade para defendê-la.

Levados por um espírito de alegria e a efervescência da alma pelo fato de estarei ali reivindicando algo que muitas vezes conhecem pouquíssimo sobre o tema ou nada, no entanto o espírito de coletividade lhe dá coragem para enfrentar qualquer obstáculo que lhe for imposto. Eles gritam, lutam, dançam, reivindicam e etc. Uma imagem de fato linda e digna de admiração!

Indigna-me o fato de alguns quadros experientes estarem usando dessa momentânea felicidade junto com a ingenuidade e uma eterna necessidade da população para usar-los em pro de um beneficio próprio. Seja para adquirir algo ou para manobras políticas.

Para que hajam argumentos quando questionados, esses quadros realizam poucas mudanças, pois assim continuam ocupando determinados espaços e levando os militantes a pensarem que estão sendo bem representados. Quando na verdade são esquecidos e no âmbito de militância os avanços são dados em passos curtos, sendo que as possibilidades de crescimento mostram que o cenário de atual proporciona dimensões maiores.

A distância entre algumas “lideranças” e os militantes é tamanha que seja a ser assustador imaginar que esses movimentos se dizem defensores dos ideais marxistas, elaboradores de ideais igualitários e contra a alienação realizada pelo sistema capitalista, que deveria ser o maior inimigo, no entanto se perceber ações desiguais, a tentativa de acumulo de poder, a desvalorização de militantes, a exclusão dos mesmos e etc., ou seja, repetição dos atos que são abomináveis por tais “lideranças”. Essas ações acabam afastando os militantes do movimento.

Esses fatos fazem com que muitos indivíduos tornem-se céticos a respeito da instalação de uma sociedade realmente democrática, no seu sentido amplo. Percebe que o igualitarismo é uma utopia compartilhada por poucos, e que o desejo ao poder é algo compartilhado por muitos e usufruído por uma pequena parcela.

A ganância acaba vendando alguns militantes e atrasando o processo de democratização da nossa sociedade! Pois impedem que idéias renovadoras sejam implantadas e multiplicadas entre os militantes. Temos que mudar isso caso contrario levará muito tempo para obtermos o tão almejado sonho de igualdade ou talvez nunca alcancemos caso permaneçamos assim!

O caminho para mudanças é mais lógico e simples do que se pode imaginar! O principio básico de toda organização socialista e democrática é a liberdade de opinião e consequentemente participação! Deve-se haver a democratização dos espaços na entidade, através dialogo aberto para que as mais diversas opiniões possam chegar a um consenso e que assim se construa de fato uma sociedade capaz de lhe dar com as mais varáveis opiniões e modos de vida, em outras palavras que saiba respeita as diferentes culturas e incentivá-las.

Volto afirma que apenas através da democratização dos espaços e a valorização dos indivíduos, seremos capazes de construir uma sociedade igualitária e realmente justa! Só desse modo nos aproximaremos do ideal socialista!

Há uma necessidade real de obtermos conhecimento e assim deixarmos de ser fruto dessa sociedade alienada e doentia e nos tornarmos semente de um novo mundo!

Lauro Araújo

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