sábado, 27 de outubro de 2012

Desabafo Sobre a Podridão Política


Por: Jacqueline Marissol

“Eleitora de 64 anos morre após escorregar em “santinhos” em Bauru”

É o que acontece quando o direito de escolher um representante político se transforma em um show de estupidez inconsequente promovido por politiqueiros!
 Uma P.A.L.H.A.Ç.A.D.A ELEITORAL  totalmente fora de contexto!
 Não é poluindo uma cidade inteira que se prova saber cuidar de um povo!!
Não é por meio de festas (uma das atuais manifestações de pão e circo) que se prova saber cuidar de um povo!
Não é criando clima de conflito que se prova saber cuidar de um povo!
Pelo amor à Evolução dos Seres Vivos, valorizemos nosso potencial de raciocínio. Onde estão as boas propostas? Onde está a paixão pela mudança?
Uma senhora acaba de morrer de poluição, em nome da suposta ordem de uma sociedade. Será que isso faz algum sentido?? Uma senhora acaba de ser assassinada pelo descaso de um grupo de desprovidos de bom senso e que se julgam aptos a representá-la!
Será que alguém que adota uma postura grosseira com esta enquanto ainda nem foi eleito, vai olhar com sinceridade para o povo quando estiver no poder? Será que esse tipo de candidato que instiga a população a “vestir a camisa” e festejar, vai olhar para as verdadeiras carências dessas pessoas?
É triste ver que ser humano não é mais inerente ao homem, mas sim virtude de poucos.
Que Nossa Senhora do Bom Senso esteja convosco, pois nem sempre ela está no meio de nós.

Link da Notícia “Eleitora de 64 anos morre após escorregar em “santinhos” em Bauru”:  http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/eleitora-64-anos-morre-ap%C3%B3s-escorregar-em-santinhos-155046802.html 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Quilombo Rio Dos Macacos

Por: Lauro Araújo

Acompanhamos desde o ano de 2010 o conflito que envolve uma comunidade remanescente quilombola (que não é assistida por nenhum programa federal ou estadual, nem tão pouco municipal) e as forças armadas, que nesse caso é representada pela Marinha do Brasil. Esse conflito está em destaque nos jornais de rede nacional e seu processo judicial tramita na Justiça Federal.

Deve-se destacar que o problema existe desde 1954, quando foi concedido pela prefeitura de Salvador o terreno que atualmente é residência dos fuzileiros. É importante observar que a demarcação e apropriação do terreno se deram sem que qualquer consulta fosse feita a comunidade do Rio dos Macacos. O Estado agiu de maneira arbitrária, como se o assunto tratasse de terras devolutas, ao invés de terras tradicionalmente ocupadas. Como já fora comprovado pelo relatório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A Marinha reivindica uma parte maior do terreno, alegando ser sua por direito e na tentativa de ser restituída utiliza-se dos recursos dos quais dispõe, dentre esses se destacam ações que visam intimidar os moradores da comunidade, usando seus fuzileiros para ocupar a região, como uma verdadeira estratégia de guerra. Os fuzileiros realizam “visitas” noturnas fazendo uso de todo equipamento utilizado em situações de conflito. De acordo os moradores da comunidade, a presença dos militares na região causa medo não apenas por portarem aparatos bélicos – cujo poder de destruição é capaz de romper as paredes das casas –, mas também pelas constantes ameaças que são realizadas. Diante às denúncias feitas, o Ministério Público Federal (MPF-BA) realizou recomendação ao Comando do 2º Distrito Naval da Marinha, para que medidas punitivas fossem tomadas na ocorrência de violação de direitos dos quilombolas.

As Forças Armadas impõem-se ainda como um poder acima do Estado de Direito Democrático, além de malfeitora para os brasileiros desprovidos de privilégios. Quanto tempo será preciso para que essa ação das Forças Armadas, representada pela Marinha, seja reconhecida como um ato demasiadamente desonesto de abuso de poder, assim como fora o promovido contra Canudos?

O judiciário analisa a questão, no entanto os indicadores fazem crer que terá um parecer favorável às Forças Armadas. Parece que ainda estamos distantes de presenciarmos a realização da justiça. É possível que em breve outro ato como o que foi praticado contra o Pinheirinho volte a ser cometido. Até lá essas famílias continuarão tendo dificuldades para dormir, com seus lares sendo violados e fazendo do medo um companheiro constante.

O Brasil demonstra de maneira muito evidente que permanece sendo um país cujas praticas de mando e desmando são frequentes. Um Estado Democrático de Direito existente apenas na teoria, pois na prática são os sujeitos que gozam de uma condição privilegiada a ditarem como as relações deverão se dar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Voto Nulo

Lauro Araújo

Nas últimas semanas surgiu e vem “crescendo”, de maneira tímida, uma campanha nas redes sociais, em especial facebook, a favor do Voto Nulo como um instrumento de manifestar a indignação que grande parte da sociedade compartilhada a respeito das notícias de corrupção que presenciamos cotidianamente. Esse intenso e continuo comportamento oportunista que parece ser quase inato aos seres humanos, no entanto mais fácil de ser identificado por nós no outro, e ainda mais claro naquele que ocupa um cargo político.
 Como já observa o jargão “todo político é ladrão”, quais os motivos para votar então? Partindo dessa perspectiva estamos condicionados a uma impotência demasiada, tendo como único recurso para mudar este quadro, o voto. Desta forma, nos parece realmente uma grande ação o voto nulo, afinal garantiria a justiça social, o poder ao povo. Mas como o poder ao povo? Caso tal ação desse realmente certo, o que seria feito depois que o congresso fosse suspenso, estabelecer-se-ia um estado anárquico? Eleger-se-ia novos representantes que não estariam isentos de cometer o mesmo tipo de equívocos e atitudes de má-fé que os anteriores?
  A ideia de votar nulo em um país como o nosso, me parece uma atitude carente de maturidade e irreflexiva. Uma espécie de inquietação (ou rebeldia) adolescente, no qual ignoramos uma gama de fatores histórico-políticos e teorias políticas desenvolvidas por inúmeros sujeitos renomados. Acreditamos que assim estamos sendo de fato ativos politicamente e contribuindo para melhoria do país, ou então que não somos coniventes com esses representantes políticos, pois simplesmente não votamos, o que provocaria uma sentimento de tranqüilidade, já que nos isentaria de qualquer responsabilidade e ainda mais, nos daria o direito de criticar de maneira pejorativa o eleitor que exerceu o direito de escolha, como se fossem supercidadãos(ãs).
  Não tenho dúvidas que os mais revoltosos não hesitariam em declarar injurias a minha pessoa, no entanto outros questionaram sobre qual atitude seria conveniente. Afinal, haveria uma atitude correta? A primeira, e talvez a mais coerente, é o voto consciente. Mas tal resposta promove outro questionamento, como voto consciente se todos os candidatos possuem conduta duvidosa, quando não são declarados corruptos oficialmente? Diga-se de passagem, uma generalização que afirma que os sujeitos que ingressam na vida política estão condicionados a ações criminosas. Como se houvesse uma natureza humana e esta tendesse à maldade, estando adormecida e despertando no momento em que o sujeito tem acesso a política. Nesse caso, não havendo um candidato digno de tornar-se seu representante político, resta-lhe a opção de agrupar-se aos revoltos e candidatar-se, apresentando novas propostas, e no caso de eleito(a) fazer melhor o que não foram capazes de fazer por ti e pelos teus. No entanto essa parece ser uma opção que resultará num processo longo e cansativo, sendo mais vantajoso esperar pelo fim de mais uma má gestão e novamente expressarmos nossa insatisfação, propondo atitudes como o voto nulo.
Possuímos o direito e o dever de fiscalizar e manifestar nossa indignação, mas poucos ou quase nenhum, sãos os momentos em realizamos atitudes cujos resultados são significativos. É lamentável que acreditemos que a nossa força surge e desaparece em poucos minutos a cada quadro anos numa urna eletrônica, quando votamos. É triste que não sejamos capazes de perceber que exigir a prestação de contas e clareza em todos os processos políticos seja uma grande arma para combater a corrupção.
Parece ser evidente que podemos escolher entre sermos um ator, que protagoniza o processo de mudança ou votar nulo, na vã esperança que mudanças ocorram de modo quase milagroso. Óbvio que é mais fácil optar pela segunda, pois é menos trabalhosa.
É preciso uma reflexão de maneira mais madura sobre como podemos realizar mudanças, pois atitudes como essa podem beneficiar a outros – os que tanto detestamos. A verdade é que vivemos em uma sociedade segmentada, onde cada grupo defende seus interesses, assim sendo, seria ingenuidade acreditar numa postura de neutralidade.  
Deixo esta mensagem de reflexão para todos. Mas como é do conhecimento de todos, o voto é um direito de todos e uma manifestação de cidadania existente apenas em estados democráticos, no entanto não podemos jamais esquecer que não possuímos apenas o voto como maneira de protesto.