quinta-feira, 13 de maio de 2010

Falsos (Pseudos) Intelectuais

Criado: Domingo, 1 de março de 2009, 10:27:33
Modificado: terça-feira, 11 de maio de 2010, 16:37:55

Lauro Araújo


O conhecimento sempre possuiu muito valor na sociedade, assim como também era e permanece sendo privilégio de poucos. Esse fato é comprovado quando realizamos uma analise simplória no decorre do desenvolvimento da humanidade. O conhecimento criado e aprimorado significa poder. Aos que conseguiam desenvolver o intelecto cabia usá-lo para dominar os demais que eram carentes de tal “dote”, assim foi em tempos passados, tal tática ainda prevalece nos dias atuais.

No decorrer da evolução social, houve o aumento no número de demandas e assim a necessidade de trabalhadores mais capacitados, houve então uma ampliação no campo educacional, mas que não priorizou o a aprimoramento intelectual de toda a sociedade.

O acesso aos grandes Centros acadêmicos ficava restrito aos burgueses, que detinham poder aquisitivo e influencia política, no entanto com o avanço do capitalismo e o princípio do que podemos denominar de “processo de globalização”, amplia-se também o campo educacional para o grupo que ocupa a base da pirâmide social, porém deve-se enfatizar que se tratava de uma formação carente (débil), cuja finalidade era capacitar os sujeitos para realização de tarefas simples, limitando-o assim a permanece em um estado de estagnação social. Esse projeto educacional como se pode perceber ficou limitado a capacitar os cidadãos a atividades trabalhistas, ou seja, para condicionando-os a simples mão-de-obra.

Esse modelo de educação não ocasionava problemas na estrutura social, mantendo assim a ordem vigente. Os dogmas, tabus e mazelas sociais permaneceram e são temas dos quais nós não cogitarmos debates ou realizamos qualquer tipo de conjectura. Os embasamentos para defesa de tal questão são concepções religiosas, valores morais desenvolvidos pela burguesia, enfim mecanismos que impedem um senso-crítico.

Na sociedade contemporânea é evidente a existência dos frutos desse modelo educacional adotado em outros períodos. Percebe-se também que esse modelo ainda é seguido, no entanto de maneira ‘‘menos’’ excludente. Houve-se a universalização do ensino fundamental e médio, diga-se de passagem, um ensino precário e em estado de decadência. No entanto o acesso ao centro-acadêmico onde são travados debates mais aprofundados sobre temas diversos continua sendo restrito a poucos. Como não temos um número considero de sujeitos recebendo formação, logo não podemos ampliar o debate para as camadas mais populares da sociedade, fazendo com que país não desenvolva economicamente e culturalmente.

A limitação do acesso aos centros acadêmicos leva ao monopólio do conhecimento, permitindo que a classe dominante desenvolva teorias que justifiquem o poder que detém. Isso contribui para que a universidade permaneça sendo acessada por poucos. Um ciclo vicioso que privilegia aqueles que visam que a ordem da estrutura social não seja abalada.

Podemos notar que a formação é realizada no sentido de capacitar os profissionais para que obtenham bons desempenhos em suas áreas de atuação. Mas esse modelo de formação não é capaz de forma indivíduos cuja capacidade de sensibilidade seja grande, possibilitado uma convivência harmoniosa em sociedade. São ‘‘intelectuais’’ que não possuem coerência ideológica, são defensores e criadores de dogmas, que se consideram senhores da verdade.

A convivência no âmbito acadêmico e a necessidade de obter informação dos assuntos cuja responsabilidade lhes são atribuídas, permite que esses indivíduos adquiram um nível de linguagem técnica considerável, no entanto o raciocínio crítico é desenvolvido, na maior parte das vezes, de maneira deficiente.

É preocupante o que presenciamos atualmente em relação à postura de muitos acadêmicos, pois, os mesmos, expressão opiniões sobre temas dos quais possuem informações superficiais ou nenhum conhecimento, então opiniões errôneas são expostas e situações conflitantes ocasionadas.

Grande parte dos sujeitos que são freqüentadores dos centros-acadêmicos compartilham/defendem as concepções ideológicas desenvolvidas pela parte burguesa da sociedade. Concepções essas que fortalecem os estereótipos e possibilita o desenvolvimento e manutenção dos mecanismos de controle. Em especial o ideológico que é capaz de ocasionar rupturas nos diversos setores da sociedade. É a pratica da estratégia de dividir para conquista, que não se torna ultrapassada, ao contrário se mostra eficiente.

O Brasil é um país formado por uma maioria ignorante. No qual não se tem a garantia ao acesso à educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados, a habitação. Nenhuma das demandas apresentadas quando atendidas é de forma satisfatória.

A falta de prestação ou a má-qualidade dos serviços apresentados acima é um reflexo da debilidade em nossa formação escolar, que não possibilita maior nível de conhecimento, para que se possa exigir melhoramento na qualidade. Os problemas apresentados tornam-se mecanismos de restrição para o ingresso e permanência no universo acadêmico, dos sujeitos que são afetados por tais problemas.

Deparando-se com tal realidade, poucos são os que conseguem ter acesso a universidade e por esse motivo consideram-se superiores, tornando-se comum assumir uma postura de prepotência, arrogância e por fim o menosprezo daqueles que possuem o conhecimento popular ou mesmo os que são autodidatas, visto que consideram que o desenvolvimento intelectual se dá apenas nos centros acadêmicos. Alguns indivíduos oriundos da classe operária, após realizarem a formação tornam-se inimigos da mesma e passam a compartilha das opiniões da burguesia.

A intenção desse texto não é desvalorizar os centros acadêmicos, mas enfatizar o fato de que a consciência crítica pode ser construída e desenvolvida por indivíduos que não freqüentam as faculdades e universidades, a exemplo do grande líder negro Malcolm X, que foi capaz de desenvolver seu nível intelectual sem nunca ter freqüentado os centros acadêmicos, sendo um dos mais respeitados homens dos Estados Unidos da América. Devo ressaltar também o saber notório, título que muitos intelectuais possuem. Considero que o pensamento-crítico é desenvolvido com maior qualidade quando livre da pressão de alguns docentes.

Deve ter a consciência que o termo conhecimento é algo de significado amplo, que não se adquire apenas nos centro acadêmicos. O conhecimento acadêmico inclui-se dentre as muitas outras categorias de saberes.

É preciso que os “intelectuais” tenham a capacidade de realizar autocrítica, sobretudo para que não reproduzam conceitos estereotipados, fortalecendo e legitimando dessa maneira as discriminações que são tão comuns.

Se no passado o conhecimento ficava retido aos mosteiros e abadias, hoje o ensino de qualidade se mantém em mãos burguesas. A formação que recebemos é para nos capacitar como simples mão-de-obra. Os meios de comunicação em massa são ferramentas de grande importância para que possamos amenizar os abismos causados por essa formação debilitada. Temos que realizar o processo de auto-formação e possuirmos a capacidade da auto-crítica para assim podermos amadurecer.

Intelectualidade é possuir capacidade critica e não títulos acadêmicos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O rap corre perigo

Criado: Sábado, 26 de setembro de 2009, 09:29:21

O rap é um gênero musical muito sedutor que consegue atingir e atrair indivíduos das diversas classes sociais, etnia, religião, enfim consegue aglomera um grande público. É gratificante saber que esse gênero musical nasceu e se criou dentro de comunidades carentes, que surgiu em um país negro (assim como diversos outros gêneros musicas) que dá voz aos mais necessitados e etc.

Bem, creio que todos tenham percebido que o rap não apenas mais um gênero musical, mas sim um movimento social, que consegue de fato ocasionar mudanças no cotidiano das comunidades a qual se instala. Seu potencial de transformação no comportamento dos indivíduos que antes eram marginalizados e viviam estigmatizados é surpreendente.

O rap tem características próprias e marcantes, com o estilo agressivo e contundente de suas letras, esse é dos fatores que atrai em especial o publico jovem, infelizmente esse publico acaba desconhecendo o real objetivo do rap e deturpam seu significado e papel como ator transformador da sociedade, ou seja, esquecem que o rap tem um compromisso de ser o porta-voz das comunidades carentes e também de ser um dos responsáveis na atuação por meio de iniciativas próprias de conscientizar os indivíduos de seu papel fundamental na melhoria de sua realidade.

Esse potencial de atrair público fez com que o rap torna-se alvo de muitos oportunistas que vêem no rap possibilidade de se tornarei populares e conseguir muito capital. A grande mídia não deixaria de aproveitar essa oportunidade, pois o rap é seu grande inimigo, já que amostra os fatos sem deturpação e apresenta proposta de mudanças reais. A grande mídia aproveitou a ganância daqueles que querem ganhar dinheiro e aparecer, os produzindo, houve então uma drástica transformação no rap. Muitos se baseiam no padrão norte-americano de rap, que a muito foi fragmentado e agora são apenas comercializados, nada com o compromisso. Isso acontece no Brasil e faz com que muitos de nós, que somos conscientes fiquemos com medo no que resultará o rap no futuro próximo.

Infelizmente o cenário atual nos leva a acreditar que o rap se tornará apenas mais uma tribo social, um grupo sem nenhum objetivo revolucionário, terá apenas ações supérfluas, será apenas um entretenimento da grande mídia. Essa se vangloriará pelo fato de ter conseguir controlar um dos seus grandes inimigos.

Não posso deixar de ressaltar aqui também a decepção que tenho com alguns rap, que pregavam e pregam por transformações sociais, que dizem ter o objetivo de mudar a realidade e evitar que muitos indivíduos tornem-se marginalizados, mas que na verdade assumiram uma postura omissa, apenas produzem letras no intuito comercial, mas que não interagem em suas comunidades, não palestram sobre como evitar os males ocasionado pelo capitalismo, não realizam projetos sociais, nem tão pouco participam de eventos que propõem alternativas para mudar a situação atual de violência, miséria e etc. São os falsos rap, assim como há demagogos em diversas áreas, no rap não é diferente, ainda que seja muito triste ter que admitir isso.

O verdadeiro rap é aquele que jamais esquece seu papel como orientador, que tem como objetivo central a mudança da situação de miséria e opressão vivenciada por sua comunidade. Que tem em suas letras e suas ações um papel fundamental para conscientização dos indivíduos que estarão ingressados nesse processo de melhoria da sociedade.

O rap que não cumpre esse papel, que se vende para as grandes mídias, que não tem compromisso algum para com seus irmãos de lutas não deve e não será considerado rap, por aqueles que possuem conhecimento real sobre a questão.

Lauro Araújo

A Relação Entre o Aparelho Policial e os Cidadãos Que Compõem a Classe Trabalhadora

Quarta-feira, 18 de março de 2009, 21:08:15
Atualizado: 15 de abril de 2009, 21:05:53

Por: Lauro Araújo

A relação entre oprimidos e opressores jamais poderá ocorrer de maneira harmoniosa, pois o primeiro tem por finalidade inverter ou extinguir simplesmente a situação na qual se encontra, enquanto o segundo possui o objetivo de impedir que tais interesses sejam alcançados.

O histórico de convivência entre a sociedade civil e o aparelho policial é marcado por conflitos, sejam eles de natureza física ou ideológica. No entanto deve-se enfatizar a condição de vulnerabilidade que a sociedade civil se encontra pelo fato de não possuir condições de assistência jurídica e nem aparatos bélicos. Ou seja, é um confronto que ocorre de maneira desigual, onde os cidadãos das classes subjugadas são oprimidos, sofrendo desde constrangimentos até atentados contra a própria vida, sem que possam se defender contra essas manifestações de violência.

Os princípios da democracia não são aplicados na vida prática, o Estado demonstra seu conservadorismo ao utilizar o aparelho de “segurança” como instrumento para repremir às reivindicações de determinados setores da sociedade. Assim sendo os representantes do setor de segurança pública possuem dificuldades em assumir violações aos princípios que constituem os direitos humanos. Dentre essas violações deve-se destacar o uso excedente da força e as agressões verbais. Quando alguns desses abusos são admitidos, o Estado se resguarda em teorias históricas fundadas em estereótipos e dogmas, legitimando dessa maneira o abuso cometido em suas ações. Ou seja, transformando a vítima em um criminoso em potencial, que poderia, ou melhor, viria a cometer algum ato de delinquência.  

Há uma grande distancia entre a sociedade civil (em especial os indivíduos que compõem a base da pirâmide social) e a polícia (que é o aparelho repressor de relação direta com a sociedade). Decorrente desse distanciamento o contato entre ambos tende, quase sempre, ao desenvolvimento de conflitos. A intervenção da polícia numa manifestação de protesto não se dá para apoiar o ato realizado, mas sim para garantir que a “harmonia” volte a prevalecer.

Atualmente as instituições policiais realizam projetos cujo objetivo é aproximar a sociedade civil, e com a mesma desenvolver um relacionamento harmonioso. Os representantes da categoria policial que se dispõe a realizar tais debates possuem como meta consumar a teoria que afirma que o objetivo do aparelho policial é garantir a segurança do cidadão. No entanto a própria instituição sente dificuldades, pois há hábitos arraigados, os quais contribuem para reafirmar a concepção de instrumento violento usado pelo Estado para oprimir.

“A polícia representa o resultado da correlação de forças políticas existente na própria sociedade. No Brasil, a polícia foi criada no século XVIII, para atender a um modelo de sociedade extremamente autocrático, autoritário e dirigido por uma pequena classe dominante. A polícia foi desenvolvida para proteger essa pequena classe dominante, da grande classe de excluídos, sendo que foi nessa perspectiva seu desenvolvimento histórico. Uma polícia para servir de barreira física entre os ditos "bons" e "maus" da sociedade. Uma polícia que precisava somente de vigor físico e da coragem inconseqüente; uma polícia que atuava com grande influência de estigmas e de preconceitos.” (Extraído do texto A transição de uma polícia de controle para uma polícia cidadã)

Creio que esse trecho do texto, seja útil para que possamos ter uma noção de como surgiu nossa polícia e refletirmos se tais objetivos persistem. Algo que podemos e devemos usar pra nossa avaliação são as estatísticas de agressões aos jovens moradores de periferia, sobretudo os de grupos sociais estereotipados como marginais. Creio que não haja critério melhor para que possamos chegar a uma conclusão coerente.

O aparelho policial desperta sentimentos antagônicos na classe trabalhadora. São eles o medo e a segurança, porém o que se apresenta em maior proporção é o primeiro. Os moradores de comunidades carentes já não conseguem distinguir a quem devem temer - se é à polícia ou aos indivíduos que se encontram a margem da lei. Lamentavelmente, quem mais sofre nessa situação é a classe trabalhadora, por se tornar refém dessa complexa relação e acabar aceitando tudo que lhe feito e todos os tipos de violações, pois desconhecem seus próprios direitos.

Meu Príncipe, Minha Princesa

Criado: Terça-feira, 31 de março de 2009, 20:30:15
Modificado: Domingo, 18 de outubro de 2009, 17:21:58



Lauro Araújo

Podemos notar mudanças significativas na sociedade contemporânea. É perceptível que muitas crenças e preconceitos estejam sendo derrubados. Considero também que a capacidade em analisar e debater temas diversos tornou-se mais ampla. Algo de fundamental importância para construirmos uma sociedade de fato democrática e igualitária.

Não tenho duvidas que estejamos em um processo de transição para uma humanidade mais consciente. No entanto, resta um questionamento, se realmente podemos nos considera atores desse cenário? Se nós estamos contribuindo de maneira significativa ou se não estamos mentindo para nós mesmo, sobre o nosso papel nesse processo.

O modo mais correto de obtermos essa resposta e quando nos avaliamos de maneira sincera e crítica. Quando temos a capacidade de admitirmos os nossos erros e percebemos que agimos persuadidos pela sociedade. Vemos que “nossas” escolhas, não são nossas, mas sim ações que a sociedade nos doutrina a reproduzir, porém não percebemos e acreditamos que são nossas escolhas.

Questiono as leitoras, qual é o perfil físico de seu príncipe encantado? Será que as senhoritas serão capazes de descrever? E aos rapazes quais são as características físicas de suas princesas? Será que também possuem a capacidade de descrever?

Infeliz a ideologia de Willie Lynch ainda prevalece e a mídia tem contribuído de maneira eficiente para fortalecê-la. Além de enfatizar um padrão estético, tornando-o homogêneo, desenvolve e estimula atitudes preconceituosas contra os demais sujeitos que não pertencem a esse modelo estabelecido.

Há um fenótipo privilegiado e uma legitimidade para agredir todos os demais que nele não se enquadra. As ações que agridem as minorias étnicas são justificadas pela forma como a sociedade está estruturada, ou seja, trata-se de uma exclusão social não estética.

Aprendemos ainda quando crianças a cultivar um tipo de “beleza” eurocêntrica. Nós excluímos e consideramos totalmente horrendo, qualquer tipo de característica física que esteja fora desse padrão de beleza estabelecido pela sociedade.

Ocupamos, ainda que de forma inconsciente, os papeis de verdadeiros monstros, no momento em que reproduzimos ações preconceituosas mecanicamente. Cotidianamente classificamos, utilizando como critério para juízo de valor o padrão de beleza vigente, as pessoas como “feias” ou “bonitas”. Uma demonstração de ignorância e escravidão voluntária, já que permanecemos fortalecendo as correntes que nos prende. Reprimindo a nós mesmos.

As crianças são exatamente as que mais sentem o efeito desse preconceito camuflado e bem discreto, pois essas não possuem a capacidade de se defender, nem de refletir sobre suas ações. No processo de desenvolvimento psicológico, eles desenvolvem um complexo de inferioridade, criando em alguns casos, ódio de sua própria aparência, almejando ser outro indivíduo, pois compreendem que apenas dessa maneira poderão ascender socialmente.

O fim do sistema político-econômico capitalista, não será a resposta para todos os males que enfrentamos, pois podemos perceber ações racistas, machista, homofobicas e outras diversas maneiras de preconceito, que se dá entre indivíduos da mesma classe social. Lógico que a instalação do sistema político-econômico-social, será um grande avanço nessa e em outras questões.

A única solução para tais problemas seria a conscientização de todos os sujeitos, para que esses pudessem desconstruir essa ideologia preconceituosa e por conseqüência discriminatória que existe dentro de cada um. A alternativa para reverter toda essa situação seria por meio de políticas educacionais que visem o desenvolvimento de sujeitos capazes de respeitar o outro por seu caráter. É preciso evidenciar que a criação de padrões é para possibilitar a dominação de determinados grupos sobre outros. O desenvolvimento de uma educação que possibilitasse aos pais reconhecerem os erros que cometem ao longo do processo educacional, permitindo assim que seus filhos se tornem sementes de uma nova sociedade. Mas isso ainda permanece uma utopia.

O que eu pretendo mostra com esse pequeno texto, é o fato de que somos preconceituosos, mesmo que não nos dermos conta disso. Quero poder desperta essa autocrítica que podemos realizar pra nos tornarmos pessoas melhores! Sei que não é fácil, afinal de contas depois de tantos anos de doutrinação mudar parece ser uma tarefa com alto grau de complexidade.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pulseirinhas do SEXO: É preciso debater sexualidade. (1)

"Amor é cristão, sexo é pagão." Rita Lee

Fiquei assustado quando tive a noticia que existiam umas pulseirinhas do "sexo". Como assim? Vejo muitos jovens estudantes diariamente cheio dessas pulseiras, elas significam a troca de relações sexuais? Já tinha percebido que tinha virado febre na juventude principalmente entre os estudantes secundaristas e algo no subconsciente alimentava a curiosidade para entender o fenômeno.

#Vouconfessarque /Blogdorasta

Confesso que me surpreendi muito mais com as opiniões sensacionalistas depois do caso das duas adolescentes no Amazonas de 13 e 14 que foram estupradas e assassinadas (gazeta do povo) e o outro caso em Londrina com uma adolescente de 13 anos (Correio). Visões superficiais estigmatizam a juventude definindo-a como problema, justificando sem nenhum escrúpulos que a juventude de hoje em dia está perdida. Parece estranho a ausência dessas reações estarrecidas quando o assunto é o conteúdo pornográfico na mídia que estimulam nossos filhos sem nenhum tipo de regulação ou discussão se escondendo no discurso da "liberdade de imprensa" na busca incessante pelo lucro (novelas, comerciais, filmes, desenhos). Quando o assunto são as musicas de pagode com letras libertinas e/ou machistas como a do "boket, boket, boket, boket", ou a do "Dinheiro na mão, calcinha no chão", ou "Me dá a patinha sua cadelinha" (no sete-faces) que vendem e movimentam a industria cultural.



As pulseiras são mais um fator que desnuda a necessidade de debater a sexualidade, principalmente nas escolas. Não aguento opiniões do tipo os jovens já sabem de tudo, estão super informados hoje em dia com a internet faz porque quer. Quer dizer que a maioria da sociedade, das escolas e das famílias negligenciam o assunto sexualidade e a culpa é dos jovens por conta que a única forma de expressar nossa sexualidade são nos grupos de amigos e colegas. A sexualidade e os hormônios estão transbordando nas escolas e ainda vivemos uma escola tão conservadora a ponto de não se discutir sexualidade.



Penso que este é um momento importante para aproveitar e colocar a discussão na ordem do dia. Principalmente para entidades feministas (UBM) e as entidades estudantis (ABES), não adianta proibir de usar nas escolas sem que tenha nenhum tipo de discussão não funciona com a juventude a imposição. Proibir a venda afinal as pulseirinhas é só um detalhe de um problema maior a banalização da sexualidade, não adianta remediar temos que enfrentar a raiz do problema. E a raiz está na visão dominante sobre a sexualidade, em pleno séc. XXI os católicos são contra a camisinha (mas isto é outra historia) um bom começo seria a capacitação dos professores, pais, estudantes para inclusão da aula de sexualidade na grade curricular pra anteontem. Ótima bandeira para as entidades estudantis que pode e deve ser encampada e projetada.


PS: Esse post continua, veja aqui post sobre o MACHISMO!

Fontes:







Blog do Paulo Lopes





segunda-feira, 5 de abril de 2010

A compreensão da cultura

Criado: terça-feira, 9 de fevereiro de 2010, 12:01:43

Desenvolver o campo da subjetividade talvez seja uma das maiores capacidade dos seres humanos, se não a maior. Entretanto nos deparamos com um grande problema que é aprendemos como lhe dar com concepção de sociedade que os demais cidadãos costumam formular, sem tentarmos dominá-los e forçá-los a nós considerar superiores. Tornando assim nosso conceito de sociedade hegemônico.

O conceito de cultura que a maioria de nós desenvolve se limita a descrevê-la como apenas manifestações culturais de determinados povos, exemplificando: a dança, a musica, uma peça teatral, no entanto o significado da palavra cultura é mais amplo e abrange toda manifestação advinda do homem, seja na elaboração de uma sociedade complexa ou na criação de um verso, de uma prosa enfim de qualquer criação da humanidade.

A nossa incapacidade de compreender a cultura alheia, nos tornar muitas vezes ignorantes a ponto de classificarmos de forma inferior ou mesmo marginalizá-la, de maneira a apoiar iniciativas que visitem ocultá-las ou mesmo exterminá-las.

Infelizmente devido a nossa carência de educação(1) não aprendemos a valorização ou mesmo respeitar aquilo que se apresenta de forma distinta ao nosso padrão cultural. Devido a esse choque cultural que muitos conflitos ocorrem e infelizmente leva a resultados drásticos.

O nosso complexo de superioridade e nossa postura possessiva nós leva a acreditar que nossa conjectura sobre determinados temas são uma verdade. E esse equívoco torna as relações sociais complexas e cada vez mais frágeis. Enquanto não aprendermos a respeita, aceitar as críticas que nós é direcionada e analisar de maneira coerente nossas afirmações, nós teremos dificuldades tremendas de viver em sociedade.

O homem(2) sem duvida é um ser complexo e sente a necessidade de criar. Seja para satisfazer sua necessidade intelectual, seja para expressar sua angústia, ou mesmo para se distinguir dos demais, com normas, objetos, costumes e etc.. Entretanto independente da razão que o leve realiza sua necessidade de criação, temos que estar habilitados a lhe dar com as demais criações de outros homens.

Cultura é um tema ainda complexo e desconhecido por grande parte da sociedade, ainda que seja discutido por muitos. Percebe-se que ainda há muito no que se trabalhar para que possamos amadurecer no contexto cultural e como resultante desse processo nós tornarmos mais humanos.

Como tudo na vida, trata-se de um processo gradativo e exigi muita dedicação de nossa parte. Espero que possamos nós tornamos cada vez mais compreensivos e respeitosos, caso contrario presenciaremos a violência torna-se cada vez mais banal e contribuirmos para esse fato de maneira direta ou indireta.



Notas:

(1) O termo educação é utilizado no sentido amplo, que representa não apenas a formação acadêmica, mas todo o conhecimento adquirido no processo de socialização do individuo ao longo de sua vida.

(2) O termo homem e usado no sentido de humanidade.


Lauro Araújo.

domingo, 4 de abril de 2010

A militância do Segura Bandeira

Criado: Quinta-feira, 23 de julho de 2009, 19:40:49
Modificado: Quarta-feira, 29 de julho de 2009, 23:44:46

A política do “segura bandeira” vem sendo usada a longas datas, ainda que sejam poucos os que conseguem enxergá-la. É uma pratica que é incentivada e assim mantém o ciclo vicioso e excludente em diversos movimentos sociais, no qual a frase que mais se adéqua é a seguinte: "Tudo pelo povo, mas nem tudo para o povo" Boungarrtner.

Infelizmente o Sistema capitalista tem maior influência no processo de socialização do que se imaginar. Seu poder é tamanho que se torna quase impossível nos livrar da alienação e agirmos de maneira espontânea, escapando assim dessa prisão mental.

Alguns poucos “militantes” têm ocupado cargos em movimentos sociais e tentam exercer a hegemonia dentro do mesmo. O pensamento democrático diminui e o que pondera é a idéia de fazer da entidade, uma empresa da qual possam usufruir de seus benefícios e monopolizá-la.

Pode-se constatar uma política de alienação, na qual o objetivo principal é aglomeração de militantes á entidade para que esses se tornem apenas seguradores de bandeiras e dêem contingência aos eventos da entidade. A idéia é que a base seja sempre fortalecida e renovada, porém tal iniciativa não é aplicada na estrutura da entidade como um todo.

Quadros (militantes) velhos, acumuladores de poder, estigmatizam os militantes que busca mobilidade dentro da entidade e que de fato fazem por onde merecer assumir determinados cargos. Tais quadros (militantes) temem perder os benefícios dos quais desfrutam, por esse motivo em especial, não possuem qualquer interesse de que os jovens militantes desenvolvam sua real capacidade de atuação, desse modo os tornam reprodutores de idéias alheias, que muitas vezes não obtém total conhecimento da causa pela qual militam, conseqüentemente não possuem habilidade para defendê-la.

Levados por um espírito de alegria e a efervescência da alma pelo fato de estarei ali reivindicando algo que muitas vezes conhecem pouquíssimo sobre o tema ou nada, no entanto o espírito de coletividade lhe dá coragem para enfrentar qualquer obstáculo que lhe for imposto. Eles gritam, lutam, dançam, reivindicam e etc. Uma imagem de fato linda e digna de admiração!

Indigna-me o fato de alguns quadros experientes estarem usando dessa momentânea felicidade junto com a ingenuidade e uma eterna necessidade da população para usar-los em pro de um beneficio próprio. Seja para adquirir algo ou para manobras políticas.

Para que hajam argumentos quando questionados, esses quadros realizam poucas mudanças, pois assim continuam ocupando determinados espaços e levando os militantes a pensarem que estão sendo bem representados. Quando na verdade são esquecidos e no âmbito de militância os avanços são dados em passos curtos, sendo que as possibilidades de crescimento mostram que o cenário de atual proporciona dimensões maiores.

A distância entre algumas “lideranças” e os militantes é tamanha que seja a ser assustador imaginar que esses movimentos se dizem defensores dos ideais marxistas, elaboradores de ideais igualitários e contra a alienação realizada pelo sistema capitalista, que deveria ser o maior inimigo, no entanto se perceber ações desiguais, a tentativa de acumulo de poder, a desvalorização de militantes, a exclusão dos mesmos e etc., ou seja, repetição dos atos que são abomináveis por tais “lideranças”. Essas ações acabam afastando os militantes do movimento.

Esses fatos fazem com que muitos indivíduos tornem-se céticos a respeito da instalação de uma sociedade realmente democrática, no seu sentido amplo. Percebe que o igualitarismo é uma utopia compartilhada por poucos, e que o desejo ao poder é algo compartilhado por muitos e usufruído por uma pequena parcela.

A ganância acaba vendando alguns militantes e atrasando o processo de democratização da nossa sociedade! Pois impedem que idéias renovadoras sejam implantadas e multiplicadas entre os militantes. Temos que mudar isso caso contrario levará muito tempo para obtermos o tão almejado sonho de igualdade ou talvez nunca alcancemos caso permaneçamos assim!

O caminho para mudanças é mais lógico e simples do que se pode imaginar! O principio básico de toda organização socialista e democrática é a liberdade de opinião e consequentemente participação! Deve-se haver a democratização dos espaços na entidade, através dialogo aberto para que as mais diversas opiniões possam chegar a um consenso e que assim se construa de fato uma sociedade capaz de lhe dar com as mais varáveis opiniões e modos de vida, em outras palavras que saiba respeita as diferentes culturas e incentivá-las.

Volto afirma que apenas através da democratização dos espaços e a valorização dos indivíduos, seremos capazes de construir uma sociedade igualitária e realmente justa! Só desse modo nos aproximaremos do ideal socialista!

Há uma necessidade real de obtermos conhecimento e assim deixarmos de ser fruto dessa sociedade alienada e doentia e nos tornarmos semente de um novo mundo!

Lauro Araújo

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A mudança partirá de baixo pra cima

Criado: Domingo, 21 de junho de 2009, 10:56:31
Modificado: sexta-feira, 2 de abril de 2010, 15:53:44

Acompanhamos grandes transformações no decorrer do processo histórico de formação e desenvolvimento da humanidade, sejam em áreas das ciências humanas, exatas ou biológicas, podemos perceber um grande avanço e novas descobertas constantemente.

De certo modo temos dificuldade de identificar se os resultados dessas mudanças são positivos ou negativos. Vários fatores contribuem para nos deixar confusos e reflexivos sobre a maneira que devemos opinar sobre tal questão.

Entre as transformações sociais não há nenhuma com maior importância, do que o fato da “bipolarização” social. Ou seja, do desenvolvimento de duas classes sociais, os Dominados e os Dominantes. Uma relação historicamente marcada pela exploração de uma classe sobre a outra e por sucessíveis conflitos.

No decorre dos anos a classe operário (dominada) aprendeu a se organizar e reivindicar melhorias. A princípio esse grupo não possuía uma ideologia classista formada, em outras palavras, uma visão marxista. Seus atos eram apenas pra reivindicar melhores condições de vida, sem questionarem a estrutura social na qual se encontravam.

Várias foram às manifestações realizadas com o intuito de tornar os meios de produções mais democráticos, o que ocasionaria em uma sociedade mais justa. Ainda que tenha de fato obtido vitorias no decorrer desse processo histórico “revolucionário”, o proletariado vive de certo modo estigmatizado, pois o objetivo principal das manifestações nunca fora obtido, que a democratização dos meios-de-produção.

Tornou-se notável nosso amadurecimento e avanço político nos últimos séculos, mas não somos utópicos e reconhecemos que ainda temos uma longa caminha, no entanto nós (proletariado) estamos num patamar ideológico mais avançado. Acredito que estamos mais “próximos” de obtermos a tão sonhada igualdade social. O maior obstáculo no qual nos deparamos é o fato da educação que está em um processo decadência, pois sucateada pelos dominadores, já que estes têm consciência do papel da educação como ferramenta transformadora da sociedade. A classe dominante apoderou-se dessa ferramenta e a transformaram em o aparelho ideológico, cuja finalidade é doutrinar os indivíduos e torná-los cidadãos omissos e distantes de todos os acontecimentos que lhes diz respeito, ou seja, são passivos e apolíticos, os debates sobre sociedade não lhes despertar interesse.

Como já citado, nós encontramos em um processo gradativo de aprendizagem, no qual desenvolvemos nossas habilidades pra lhe dá com toda essa maquina (esferas publicas), o grau de complexidade que se apresenta é tamanha, que a impressão que possuímos é que é um algo como uma teia de aranha, a qual nós estamos presos.

As diversas organizações (entidades, grupos dos mais diversos segmentos), cobram respostas das esferas governamentais, no entanto em nenhum âmbito seus pedidos são atendidos. Nós (militantes) acabamos nos esquecendo que eles sempre criaram barreiras que irão dificultar nosso desenvolvimento dentro da sociedade, com o intuito de nos manter sempre como mão-de-obra.

Aos poucos envelhecemos e “poucas” são as mudanças obtidas por nós, comparado as mudanças que obteríamos se mudássemos nossa estratégia de atuação. Se realizássemos um plano de atuação voltado para atender a sociedade como um todo. Dando-lhes formação suficiente para ingressarem nas trincheiras de luta e junto conosco aumentasse a visibilidade da causa.

A mudança ocorrerá quando tivermos força física e ideológica suficiente para irmos buscar-las! Conquistá-las, caso contrário, ficaremos assim, estigmatizados, obtendo migalhas, avançando lentamente.

Não podemos nos esquecer que somos nós (povo) que damos força a sociedade e que apenas a nossa aliança mudará a situação. Como disse o grande Marx:
Proletariados de todos os países, uni-vos!

Quando conseguimos realizar essa utopia de Marx alcançaremos assim uma sociedade de fato justa!


Lauro Araújo